quarta-feira, 6 de junho de 2007

05/06/2007 - 17h13

ONU pede ação global no combate à mudança climática e desastres naturais

Todos os setores da comunidade internacional precisam agir contra a mudança climática o risco crescente de desastres naturais, alertaram dois altos funcionários nesta terça-feira, Dia Mundial do Meio Ambiente.

"Hoje, oito das dez cidades mais populosas do mundo estão sujeitas a terremotos, e seis delas ficam perto da costa. Um bilhão de pessoas vivem em favelas instáveis e superpovoadas", disse John Holmes, subsecretário das Nações Unidas para questões humanitárias.

EFE/Marcelo Sayao
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"A combinação de infra-estrutura decadente, erosão de terra, condições de superpovoamento e a falta de serviços de resgate pode levar a catástrofes numa escala sem precedentes", disse Holmes no primeiro dia de uma conferência da ONU sobre a redução dos riscos de desastres, celebrada em Genebra.

Ele disse a jornalistas que governos, organizações internacionais, a sociedade civil e o setor privado têm uma responsabilidade de colocar estratégias de redução do risco de desastres no centro das diretrizes políticas.

"Criar um centro nacional de administração de desastres não é suficiente a menos que se dê a ele alguns recursos, mas também é necessário priorizá-lo para que a redução do risco de desastres seja construído em políticas dos diferentes tipos", afirmou

Segundo Holmes, ele deveria se justapor a programas tanto do Banco Mundial e das Nações Unidas quanto aqueles dos governos nacionais.

Salvano Briceno, diretor do secretariado das Nações Unidas para Estratégia Internacional de Redução de Desastres, disse que grandes "megalópoles" do mundo desenvolvido, como Mumbai, Cidade do México, Bogotá, Istambul, Jacarta, Xangai e Manila, podem correr riscos.

"A maioria delas são sujeitas a fortes tempestades, furacões, terremotos e, às vezes, alguns perigos combinados", acrescentou.

"Há mais pessoas vivendo nos lugares errados e fazendo coisas erradas", alertou, citando as pessoas que vivem em áreas de risco que, ou estão próximas do mar, ou sujeitas a erosão e deslizamento.

Holmes disse que a mudança climática significa que fenômenos como os terremotos poderiam se tornar mais severos com a elevação do nível do mar, aumentando o risco de uma tsunami atingir áreas costeiras.

Além disso, o aquecimento global, combinado com a degradação do meio ambiente existente, poderá intensificar novas ameaças, como incêndios florestais e enxurradas.

"Os riscos e vulnerabilidades são muito claros, a necessidade de fazer algo a respeito é muito clara e esta necessidade tem sido muito exacerbada pelo que acontece na linha de frente da mudança climática", disse Holmes.

"Não temos tempo a perder. Esta abordagem política não é um luxo ou uma opção. É uma política de segurança essencial para um mundo sujeito a desastres", concluiu.

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